Sérgio Pererê repudia ataque por apresentação em igreja de Ouro Preto 1l6s6l

Nota denuncia racismo e intolerância religiosa do vídeo, que chama o show do artista de “profanação da Igreja Católica”. 644w1e

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Por jornalvozativa.noticiasdetocantins.com Publicado em 11/06/2025, 08:40 - Atualizado em 11/06/2025, 12:04
Foto — Reprodução. Crédito — Instagram / Sérgio Pererê. Siga no Google News

O cantor e compositor mineiro Sérgio Pererê publicou nesta quinta-feira, 10/6, em seu perfil no Instagram, nota de repúdio a um vídeo que o ataca por conta de uma apresentação realizada no “Festival de Fado”, na cidade histórica de Ouro Preto (MG). Postado na mesma rede social, em uma página intitulada “Guerreiros da Santa Igreja”, o vídeo faz críticas em tom agressivo ao show do multiartista, realizado dentro da Igreja de Nossa Senhora das Dores, no dia 1/6. 724qv

A narradora, que não se apresenta, chama a apresentação de “profanação da Igreja Católica” e questiona a legitimidade da presença de Pererê dentro da igreja, por não se tratar de um “artista cristão”. “Ele se diz espiritualista, mas as músicas dele são denominadas ‘Samba de Preto Velho’, ‘Conversas de Terreiro’, entre outras barbaridades”, afirma em referência a faixas de “Samba de Preto Velho”, último álbum do artista, lançado no ano ado. 

“É evidente e revoltante como o discurso do vídeo é impregnado de racismo e intolerância religiosa, motivo pelo qual manifesto publicamente o meu repúdio”, sublinha o Pererê na nota de repúdio. “Enquanto artista negro, filho de benzedeira e rei no Congado, é muito legítimo ocupar o espaço de uma igreja. Afinal, é sabido que as igrejas das cidades históricas de Minas Gerais foram construídas com a força, o coração e o sangue dos meus ancestrais”, completa.

Mantendo uma produção de alto nível, Sérgio Pererê lançou, em 2024, “Samba de Preto Velho”, quarto disco da carreira e primeiro dedicado ao samba. O trabalho sucede “Canções de Outono” (Natura Musical), primeiro álbum do mineiro dedicado inteiramente à temática do amor e gravado junto a 14 cantoras, incluindo Mônica Salmaso, Fernanda Takai e Letrux. Ainda no ano ado, o multiartista mineiro lançou “Sérgio Pererê e Bloco Oficina Tambolelê”, que celebra os 25 anos do Tambolelê, um dos precursores dos blocos afro em Minas Gerais; e “Bentu”, gravado com a cantora e violonista paulista Badi Assad.

Cantor, compositor, multi-instrumentista, ator e diretor musical, Pererê é reconhecido pelo diálogo que estabelece entre a tradição e a experimentação, pela profusão de sonoridades – com destaque para as referências afro-latinas –, e pelo timbre peculiar de sua voz. Sua poesia entrelaça temas cotidianos a enunciados metafísicos e elementos do sagrado de matriz africana, como o culto à ancestralidade e aos orixás. Já se apresentou em várias regiões do Brasil e em países como Canadá, Áustria, Espanha, Moçambique, China e Argentina. Sérgio Pererê considera-se amadrinhado pelas raízes banto de Minas.

Leia a íntegra da nota de repúdio 4x4em

No dia 1º de junho, eu tive a honra de fazer uma apresentação no “Festival de Fado”, dentro da Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Ouro Preto. Foi um show leve e emocionante, assistido por um público afetuoso e de uma sensibilidade rara, no qual cantei o repertório de “Canções de Bolso”, um álbum que prezo muito.

Porém, nesta terça-feira, dia 10, me deparei com um vídeo no Instagram que chama a apresentação de “profanação da Igreja Católica” e questiona a legitimidade da minha presença naquele espaço sagrado.

Com um tom agressivo, a narradora do vídeo, publicado na página “Guerreiro da Santa Igreja”, afirma: “ele se diz espiritualista, mas as músicas dele são denominadas ‘Samba de Preto Velho’, ‘Conversas de Terreiro’, entre outras barbaridades”.

É evidente e revoltante como o discurso do vídeo é impregnado de racismo e intolerância religiosa, motivo pelo qual manifesto publicamente o meu repúdio.

Enquanto artista negro, filho de benzedeira e rei no Congado, é muito legítimo ocupar o espaço de uma igreja. Afinal, é sabido que as igrejas das cidades históricas de Minas Gerais foram construídas com a força, o coração e o sangue dos meus ancestrais.

A crítica feita a mim não me atravessa, porque caminho há muito tempo, na minha trajetória pessoal e artística, consciente do que eu proponho, do que eu acredito e de como meu trabalho chega às pessoas.

Contudo, acho extremamente importante trazer esse ataque a público para que possamos refletir sobre o racismo e a intolerância religiosa e buscar cada vez mais forças para, juntos, combatê-los.

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